Sun of the beach
n.d.b. Baseado em factos verídicos segundo a minha perspectiva
– Hey, excuse me. Can you tell me how to, the Pussy beach?
– Pussy beach!? Don’t recall any beach with that name.
– Some locals said it was one of the best round here.
– Perhaps they meant Bush beach?
– I thought they said Pussy, but, I maybe wrong.
– Well, maybe. It can be a little more shaved around the edges.
– Just the edges?
– You’re not one of those skinhead radicals are you?
– No, far from it. Just want some beach and some sun.
– There’s a life moto. The sun of the beach!
º º º
n.d.b. Adaptação livre do diálogo anterior para lingua portuguesa e posterior encenação feita por dramaturgo português de renome, devidamente coadjuvado por dois talentosos actores de um pequeno grupo de teatro amador e ex-cantores no coro de Santo Amaro de Oeiras
– Olhe, desculpe. Podia-me dizer onde é a praia da Rata?
– Sim. É continuando em frente, não é nesta entrada, é na seguinte.
– …
– …
– ffffiiiiiiiuuuuuu (assobio)
– …
– Hmm! Hmm!
– … O que é??
– Não era suposto dizeres mais qualquer coisa?
– Qualquer coisa!? O quê?
– O nome da praia, para fazermos aquele trocadilho.
– Ahhh!! Esqueci-me.
– Boa.
– Será que ainda o posso dizer?
– Mais vale tarde… Diz.
– Mas ó amigo, com esse nome não conheço nenhuma praia.
– Uns rapazes com pullover às costas e sapatos de vela sem meias diss…
– Espera lá! Se é para gozar com os rapazes daqui da zona não participo.
– (!!!)
– …
– Não vais amuar, pois não?
– Deves ter muito para criticar.
– Desculpa lá, mas aquele “cabelo à Sassoeiros” é ridículo!
– Queres que eu te mande ou vais tu?
– Para onde!?
– Para a praia das Moitas.
– Por acaso queria. Uns jovens indicaram-me que era uma das melhores da zona.
– Continuando em frente, não é nesta entrada, é na seguinte.
– Mas isso não é para a praia da Rata?
– Sim e o que é que não percebeste?
– Ahh!! O trocadilho. Tinha-me esquecido.
– Olha. E se fossemos beber umas cervejas na esplanada e apanhar um sol?
– Boa idéia. Já estou farto disto. Não tem por onde se pegue.
adenda
n.d.b. Praia das Moitas t.c.c. Praia da Rata
Pedra no sapato
Eu sei que estou um pouco lento a reagir a todas as notícias de relevo. Existe uma decalage entre a notícia e a minha reacção fulminante! Eu sei disso, mas ao menos uso estrangeirismos e figuras de estilo… com estilo. Por isso nem preciso de falar de coisas com muita importancia e tendo a falar de coisas sem significado como jornalistas a atirar sapatos a futuros ex-chefes de Estado.
Sei que isso já foi quase há uma semana, mas também na sociedade actual as coisas passam-se a um ritmo tão lento que às vezes penso que até só devia falar nisto para o ano. Sim, lento.
Por exemplo, eu não sei, sendo o Iraque um país exportador de petróleo se aquele jornalista não estaria a protestar contra o preço do pretóleo ter atingido os valores mais baixos desde há 4 anos e mesmo assim a gasolina ainda ser transacionada praticamente aos preços mais altos de sempre. Isto é que é ser lento!
Consta até, que o jornalista português que estava ao lado dele, de tão irado que estava se preparava para fazer o mesmo e mandar o seu sapato (tamanho 42 e 2/3, tamanho 9 nos Estados Unidos) para alguém que aparecesse à frente. Tão somente porque tinha apanhado a mulher com o vizinho do 5º frente há 5 anos, 3 meses e 6 dias. Isto sim é ser lento.
Penso que terá feito bem em não mandar, pois acho que já não ia a tempo de ser considerado um crime passional. Mais! Com o nosso Fado, possivelmente tinha uma pedra no sapato e o crime ainda se revestia de contornos mais horrendos. Só estou a falar de cenários plausíveis, num país em que grande parte dos pavimentos ainda se revestem de terra batida. Não aquela de Roland Garros… em que torna o jogo de ténis, em algo mais lento.
Tomates
E por falar em lentidão, penso que este acto veio também mostrar uma lacuna em todos os sistemas judiciais. O acto de atirar objectos a líderes políticos. É que até já se tinha começado com ovos, tomates ou tartes. Mas nenhum sistema judicial se lembrou de quantificar as classes de peso, dimensão e contornos geométricos eventualmente cortantes.
Por exemplo, atirar um sapato é mau. Mas atirar um sapato… com pedra no sapato seria muito pior! E se fosse um par de ténis para jogar em terra batida e ainda por cima com nó duplo? E por falar em Roland Garros e na França. E se alguém manda um soutien com armação?
Eu por acaso, até já pensei nessa eventualidade, e penso que uma vez mais somos muitos lentos a ir para frente com este tipo de acções. Até porque se os sistemas judiciais estão atrasados e existe um vazio jurisdicional, vamos mandar coisas lá para dentro para tapar.
É claro que às vezes tapa-se de um lado e descobre-se de outro. Mas enquanto se tapa e destapa até se vê qualquer coisa! Aliás, e até porque já se falou em Roland Garros e na França, porque não mandar os vossos soutiens aos chefes de Estado!?
Mandem também peças de lingerie sensuais! Mas tudo muito lento.