1986 | Miúdos Novos . 258

Uma questão de números

– É tudo uma questão de números!

Estou com um problema. Quer dizer, é ± um problema. Como às vezes não me conseguem definir bem decidiram-me classificar de número imaginário (vulgo, i). Não sei como isso aconteceu, mas sempre soube que era especial, se não, qualquer sistema de equações me tinha resolvido. Aliás, uma vez foram 5 equações só com as incógnitas {x, y e z} e mesmo assim davam ∞ soluções . Claro que para dizer, que às vezes quando temos muitas soluções… geralmente escolhemos as erradas ou as impossíveis.

Mas sei que os problemas numéricos não são [só] meus, [apenas] sou um caso especial!

Em acontecimentos vulgares, as pessoas usam sempre as mesmas soluções e nem pensam que podem usar outras. Por exemplo, o casamento. Porque casam sempre um par de pessoas? Porque não 2 pares de pessoas ou um nº ímpar de pessoas? Ou uma dúzia? Uma resma de pessoas? Sei que há cuidados a ter. Tenho isso presente, pois ainda me lembro que na minha aldéia casaram um par de números primos. O resultado foi quase-desastroso (desastroso completo, ver trecho seguinte), tiveram problemas de consaguinidade e nasceram filhos não-racionais.

É claro que como em tudo na vida existem *Π* bestas².

E se existem coisas não programadas por falta de informação da combinação genética, existem também experiencias que dão para o torto. Basta lembrar 1986. Portugal entrou na CEE por causa dos números e em Chernobyl uma reacção de reactores provocou números não-inteiros e números com dizimas finitas. E=mc².